Eu conheço essa
mãe já tem muitos anos e venho acompanhando seu caso, mesmo que a distância, sempre torcendo para que seu martírio acabe de
uma vez por todas, pois já vi muito sofrimento passado por ela e por sua
família por motivo das dogras consumidas por seu filho por mais de 14 anos. Ensinei EFT para amenizar suas dores de cabeça que só refletiam seus conflitos internos, desfarçados de dificuldade para dormir.
Tive uma grata
surpresa em meu mais recente encontro com essa mulher, já tão calejada pela
vida, que me relatou que finalmente seu filho aceitou fazer sua reabilitação em
uma fazenda na cidade onde mora.
Tive também uma
linda admiração em perceber sua maturidade e amadurecimento com tudo o que
passou e como sua percepção de si mudou muito com tudo isso.
Pude ter essa
maravilhosa impressão nesse reencontro, pois ela me relatou espontaneamente
algumas de suas conclusões com tudo o que viveu de drástico relacionado as
drogas.
Que primeiro
sentiu muita culpa por não poder ter evitado tudo o que o filho viveu, mas que
decidiu não se sentir culpada pelas escolhas do filho. Depois começou a buscar
todo o topo de ajuda, seja em livros da área, seja nos grupos de narcóticos
anônimos no qual frequenta até hoje.
Percebeu também
que só teve um filho envolvido nas drogas, pois desde sua tenra idade essa mãe
absorveu as crenças maternas que os homens não prestavam e que eram marginais e
por isso precisava se manter longe deles e que talvez a vida estivesse somente
lhe mostrando que estava na hora de mudar sua visão não mais apropriada para
sua etapa de vida.
O que parecia
ser um castigo de Deus se apresentou como o melhor presente que ela poderia ter
na vida, pois aprendeu a se livrar da culpa e se posicionar deixando de ser
vítima da vida e das pessoas para aprender a dar limites para quem mais amava,
mesmo sabendo que era muito difícil viver tudo o que vivia onde via seu filho
como dependente químico passando por todos os estágios , desde os distúrbios de
mal humor pelo uso, como a prisão do ente querido e dificuldades como viver
como indigente pelo uso abusivo de todos os tipos de narcóticos.
O que mais doía
nessa mãe era não conseguir convencê-lo de que estava destruindo sua vida e que
precisava aceitar que o mesmo era precioso para percebê-lo assim sem propósito
existencial.
Também tinha uma
dor interna muito profunda, porque descobriu que muitos que ela confiava sabiam
que o filho usava drogas e nunca contaram, sentindo-se traída por isso. E para mostrar
que não traia, contava para todos que conhecia que o filho usava drogas como
uma maneira de mostrar que era uma pessoa verdadeira apesar de tudo o que
passava e que não perdoava os que haviam se omitido, segundo seu ponto de vista,
mas também percebia que cada vez que falava sobre isso quem mais se condoía era
ela mesma.
Aceitar um filho
drogado não é fácil, pois todos temos,
em algum grau, alguma forma de vício. Podemos não ser viciados em drogas
ilícitas, mas a maioria é viciada nos velhos sentimentos e pensamentos que já não servem mais, ilhados em cárceres
invisíveis dentro de cada um.
Essa progenitora
também aprendeu a dar limites como forma de demonstrar amor, mudando totalmente
seu entendimento do que é querer bem.
Depois de todos
esses aprendizados sobre a própria vida, hoje seu filho encontra-se quase um
ano sem o uso de narcóticos de nenhum gênero e está trabalhando e moram
novamente juntos. Também foi isentado de todos os crimes ligados ao tráfico de
drogas e em pouco tempo seu nome estará limpo para ter uma vida considerada
normal socialmente.
Será que esse
rapaz estará para toda sua vida longe das drogas? Isso não se tem como saber,
pois a vida de cada um depende de suas escolhas, mas hoje ele dá valor para
muitas coisas pequenas que jamais achou importante antes, e tudo isso foi
promovido pela compreensão de sua mãe em saber estabelecer limites, mesmo que
interiormente isso parecesse doer muito.
E você já fez
uma lista no que você é viciado ou dependente? Faça-se essa pergunta de forma
franca e aberta e as respostas virão e aproveite para praticar EFT para tudo
isso!