Eu fui hoje ver o homem de ferro 3 e para mim ficou clara
uma das mensagens : que desde o primeiro filme ele quando se deu conta que
vendia armamento para o lado adversário e se envergonhou do que fazia e
desistiu de alimentar a engrenagem armamentista, um sentimento que nunca se
separou dele foi a questão da culpa que sentia por contribuir inconscientemente
com a guerra ao redor do mundo. E isso era bem claro em seus pesadelos e
ataques de ansiedade durante todo o filme.
Sua culpa culminou em uma criação de um inimigo quase
indestrutível . Claro que cada um se transforma no que quer, tudo por escolha
com consciência ou de forma inconsciente, mas o fato é todas as suas
preocupações e culpas de alguma maneira fizeram contribuíram com o aparecimento
desse vilão que se considerava rejeitado pelo homem de ferro há quase 14 anos
antes de tudo o que aconteceu no filme como tempo atual.
A culpa realmente é um agente estagnador e condenador das
pessoas. Quando vibramos na culpa e no medo que algo saia do controle no
futuro, que era o que acontecia com Tony
Stark, não só deixa a pessoa parada, como pode promover oportunidades de
autopunição por tal culpa.
A falta do controle sobre o futuro de sua amada fazia com
que o protagonista tivesse ataques de ansiedade cada vez mais frequentes e, o
mais interessante, que sempre aparece alguma forma de criança, simbolizando a
criança interior, que acaba dando ideias
de como resolver como se sentia.
Ele somente se rendeu a ajuda da criança, pois se encontrava
no meio da crise de ansiedade, demostrando que a fragilidade nos coloca em
contato com nosso maior potencial, e
isso é uma graça e não uma maldição estar vulnerável. Foi também quando o ego
do homem de ferro cedeu à criança interior, a criança dourada, a parte criativa
que cada um tem e a ouviu e chegou a um resultado que mudou todo o rumo da
história. A criança dourada é ingênua no sentido de não acreditar em como o
mundo se mostra limitado, mas sim ingênua suficiente para se permitir tentar
algo novo, não programado, ou inesperado.
A sugestão da criança, que ele encontrou em uma cidade onde
o esqueleto de ferro parou por falta de energia, foi que se ele era uma pessoa
que criava coisas como um mecânico, então que criasse algo. Interessante foi
ver seu ataque de ansiedade parar completamente quando partiu para a ação de
desenvolver um plano de ação com foco e objetivo para resgatar sua amada das
mãos do vilão do filme.
Toda essa ação o levou para outro nível de compreensão de si
mesmo e da vida, e se sentiu pronto para deixar de ser conduzido por um sistema
externo de sobrevivência, para ser ele mesmo se submetendo a cirurgia para
retirada dos estilhaços que estavam
próximo ao coração. A coragem de aceitar sua vulnerabilidade e partir para a
ação lhe liberou um poder sobre sua própria vida que permitiu se emancipar da
bengala eletrorepulsora de seu tórax, para ter uma vida sem barreiras ou
carapaças.
Muito interessante o filme ! Recomendo! Rica semana para
todos e nessa terça tem meu primeiro programa na rádio UNIDARMA 20:30 horário
de Brasília e grata desde já pela divulgação e audição do mesmo!